quarta-feira, 27 de março de 2013


 Desde que as sociedades estabeleceram contatos entre si, houve troca de informações, de técnicas e de cultura. Em determinados períodos da história humana esses contatos foram acelerados.
          A partir da segunda metade do século XX, intensificou-se o processo de globalização com o aumento da mobilidade das atividades das transnacionais, a introdução de novas tecnologias da informação e das telecomunicações (com dimensões planetárias), aceleradas ainda mais devido à massificação do uso da Internet, iniciada com o surgimento do PC (Computador Pessoal) na década de 1980. No início dos anos 1990 a internet a marca do milhão de usuários e teve início o uso comercial da rede, provocando a expansão global da produção e do capital e a interligação acelerada dos mercados.
          Trata-se de um processo em curso, uma nova fase do capitalismo financeiro e do imperialismo, comandado pelas grandes empresas transnacionais, que procuram abrir novos mercados. O poder dessas empresas ultrapassa cada vez mais o poder das economias nacionais.
          A globalização é, portanto, um conjunto de mudanças que estão ocorrendo em nível mundial na esfera econômica, financeira, comercial, social, cultural e nos sistemas produtivos, intensificando a inter-relação dos países e dos povos. Ela implica também uma grande uniformização de padrões econômicos e influências culturais, onde percebemos que valores tipicamente ocidentais, como o casamento ao lado, mesclam-se às tradições de países tão distantes como a Tailândia.          
          Vale ressaltar que nem todos os países se inserem na economia global no mesmo ritmo. Com a globalização houve, a partir dos anos 1980, um crescimento do comércio mundial porém a acentuada concorrência capitalista criou um espaço econômico instável, que exige competitividade. Neste processo, os países subdesenvolvidos participam com apenas 30% desse comércio global. Está ocorrendo uma maior concentração de riquezas: os países ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Essa concentração de renda explica-se, entre outros motivos, pela redução das tarifas de importação nos países da periferia, que beneficiou muito mais os produtos exportados pelos países mais ricos.
          Os países mais pobres não têm conseguido exportar produtos agrícolas para os mais ricos, pois estes subsidiam a produção interna. Para os países pobres, os custos sociais da globalização são muito altos, pois ela tem ocasionado a minimização do valor da mão-de-obra e o aumento do desemprego e, por conseqüência, dos excluídos. Esse desemprego é causado pelo alto grau de desenvolvimento tecnológico alcançado na produção industrial, com o uso intensivo de máquinas que automatizam o processo produtivo, intensa utilização de robôs, e, principalmente, a terceirização de funções menos técnicas. Esse tipo de desemprego é denominado "desemprego estrutural" porque afasta o trabalhador por longos períodos.
          Para concorrer com o capital externo, as empresas nacionais são obrigadas a diminuir custos, reduzir salários e demitir funcionários. A mão-de-obra menos qualificada é descartada e adota-se a prática da terceirização do trabalho (para serviços gerais, limpeza, vigilância, manutenção de equipamentos menos sofisticados, etc.), eliminando-se muitos dos direitos dos trabalhadores e eliminando-se muito das conquistas sindicais.
          Desta forma, a globalização tem gerado duas tendências contraditórias. Se, de um lado, necessita de novos mercados consumidores, de outro consolida uma economia baseada em mão-de-obra barata (principalmente a dos países em desenvolvimento), reduzindo o poder de compra de grande parcela da população mundial.
          Muitos problemas sociais surgiram com a redução dos salários e a deterioração das condições de trabalho. A globalização tem aumentado a imigração de pessoas de países pobres para os países ricos, a economia informal e o sub-emprego expandiu-se com o aumento dos desempregados, principalmente nos países subdesenvolvidos, que ainda sofrem com a falta de escolas de ensino básico e ensino técnico de qualidade, com péssimos serviços de saúde, saneamento, segurança e assistência social. Um dos resultados mais visíveis desse processo de 

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